quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Brain Awareness Week UFPE/2014: EEG and fMRI applications for neuroimaging studies of psychological processes


The Brain Awareness week at UFPE (Federal University of Pernambuco State, Brazil) intends to disseminate the advances in neuroscience research, specifically in relation with the psychological science. In 2014 edition, both EEG and fMRI are will discuss as neuroimaging methods for studies in psychological area.

Program:

28.04.2014
14 h. Course presentation
14:30 h. Neuropsychological bases for neuroimaging studies
16 h. Experimental designs and E-prime interfaces

29.04.2014
14 h. EEG: methods and techniques
16 h. fMRI: methods and techniques

30.04.2014
14 h. EEG: analyses and applications;
16 h. fMRI: analyses and applications;

02.05.2014
14 h. EEG and fMRI as neurofeedback methods
16 h. Course closing

Participants
Prof. Tiago Arruda Sanchez, Ph.D. (UFRJ)
Prof. Erick Conde, Ph.D. (UFPE)
Prof. Renata Toscano, Ph.D. (UFPE)
Prof. Isabela Lobo, Msc. (UFF)

Support: Psychology Post-graduation program (UFPE)

Local: Auditorium of Philosophy and Human Science Center (3o floor), Federal University of Pernambuco (CFCH/UFPE), Brazil.

Inscriptions: request your inscription with a written intention by email to semanadocerebro.2014@gmail.com

Selected inscriptions will be confirmed by email until April 20, 2014

terça-feira, 18 de junho de 2013

A psicologia dos protestos no Brasil e dos comportamentos extremados


Em mais uma crítica à cobertura da Globo News sobre os protestos identifico que apenas professores de história, antropologia, ciências políticas entre mais algumas especialidades compartilham suas avaliações sobre um fenômeno que não pode ser dissociado de reações emocionais e necessidades motivacionais básicas. Sem alguém para passar uma perspectiva psicológica de um povo que cresceu sendo extorquido,  explorado e literalmente, apanhando da polícia, fica difícil entender reações extremadas de um pequeno grupo que age também pelo instinto de preservar até mesmo suas necessidades motivacionais básicas. As reações emocionais e comportamentais provenientes de algumas condições de vida também extremadas, podem envolver mecanismos conscientes e não conscientes nas repostas aos diferentes estímulos durante as manifestações, tais como objetos representando instituições, estímulos provenientes da polícia, incitações populacionais e interpessoais. Muitas vezes, tais reações buscam se justificar em uma série de ações, omissões governamentais e repressões desleais pelos policiais. Em alguns casos, as respostas elicitadas podem ser manifestadas por mecanismos muito mais implícitos do que racionais, tais como a estimulação de sistemas primitivos responsáveis por comportamentos apetitivos e defensivos (evolutivamente compartilhados até mesmo com répteis) o qual pode fazer com que, na frente de um agressor em potencial do seu direito (polícia? governo?), a resposta comportamental seja de luta ao invés da fuga. Mas, tirando uma minoria de pessoas que não conseguem regular suas emoções básicas e complexas (raiva, indignação, tristeza, ansiedade, entre outras), uma grande massa passa a se comunicar e se articular por redes sociais, mecanismo que passa a propiciar uma maior consciência sobre poderes e vantagens das mobilizações, bem como as suas desvantagens (principalmente pelo estado, nitidamente com políticas falidas). Aos poucos (bem lentamente) e implicitamente, tenderemos a uma regulação mais funcional das respostas extremadas e conseguiremos interagir de uma maneira mais inteligente (polícia, governo e população) na busca da garantia pelos nossos direitos. Tais movimentos também demonstram uma possível extinção do condicionamento ao estado inerte que a população foi submetida e assim, é possível estimar que os protestos não se acabem por R$0,20 centavos mas que se mantenham até a abertura de uma negociação popular (e não com lideranças inventadas pela mídia) sobre saúde, educação, transporte e transparência do poder público.  Não importa se será a Dilma ou seu substituto, a representação do estado como a instância a dever e que é requisitada a negociar, faz de um impeachment uma simples substituição de peças em um sistema  disfuncional. Sem desconsiderar a importância de uma visão histórica, antropológica e política, espero somente que psiquê humana também seja considerada nesta discussão a fim de  propiciar condições mais favoráveis no entendimento e negociação com o povo brasileiro.

terça-feira, 19 de março de 2013

Aconteceu a Semana do Cérebro na UFPE: Contribuições das Neurociências à Psicologia

O evento na UFPE objetivou colaborar com a divulgação e popularização dos avanços produzidos pelas neurociências na relação que estabelece com a psicologia e população. Foram discutidas técnicas, instrumentos e tecnologias disponíveis para a investigação da interface entre cérebro e comportamento humano, bem como aplicações desta ciência nas demandas cotidianas. O evento foi estruturado com base na realização de palestras no dia 13 de março de 2013, e mediante a organização abaixo discriminada.

13.00. Abertura: a neurociência no cotidiano. Profa  Dra. Renata Toscano (UFPE)

13:50. Avaliação neuropsicológica. Profa  Dra. Ana Cristina Taunay (UFPE)

14:40. Novas tecnologias para a educação cerebral.  Prof. Dr. Erick Conde (UFPE)
15:40. Técnicas de pesquisa em neurociências. Profa  Dra. Aline Lacerda (UFPE)
16:30. Neurociência e percepção visual. Profa  Dra. Maria Lúcia de Bustamante Simas (LabVis – UFPE).
17:20. Encerramento

Vejam as fotos do evento:



Profa. Dra. Aline Mendes Lacerda falou sobre técnicas de pesquisa em Neurociências, incluindo os novos métodos de neuroimagem capazes de detectar a fonte da atividade neural. 


Palestra proferida pelo prof. Dr. Erick Conde, versando sobre os benefícios da educação do cérebro e acerca das inovações nesse campo aplicado.


A Profa. Dra. Renata Toscano demonstrando como o cérebro cria e se modifica a partir das atividades do cotidiano   


Prof. Dra. Ana Cristina Taunay em sua palestra sobre Avaliação Neuropsicológica


O publico que prestigiou o evento manteve o auditório lotado do início ao fim.


terça-feira, 5 de março de 2013

SEMANA DO CÉREBRO NA UFPE: CONTRIBUIÇÕES DAS NEUROCIÊNCIAS À PSICOLOGIA


O evento pretende colaborar com a divulgação e popularização dos avanços produzidos pelas neurociências na relação que estabelece com a psicologia e a população. Serão discutidas técnicas, instrumentos e tecnologias disponíveis para a investigação da interface entre cérebro e comportamento humano, bem como aplicações desta ciência nas demandas cotidianas. O evento será realizado no dia 13 de março de 2013.


A Semana do Cérebro é uma campanha global para divulgar os benefícios do estudo do cérebro. Saiba mais sobre essa campanha e a programação no restante do Brasil no  site: http://semanadocerebro.wordpress.com/agenda/agenda-2013/

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

A Neurociência está na área!

A neurociência literalmente entrou em campo para estudar a variabilidade motora de atletas de futebol durante chutes de bola parada. Mais especificamente, no trabalho de Conde e colaboradores (2012), foi proposta uma adaptação de técnicas cinemétricas para o estudo, avaliação e treinamento de componentes neurocognitivos relacionados ao chute. Em outras palavras, o trabalho se refere a funções como percepção espacial, estimativas do ambiente externo e da condição interna do organismo, planejamento motor e controle neural do movimento. O artigo foi intitulado como "Aspectos Neurais em chutes no futebol: um estudo de caso sobre a adaptação de técnicas cinemétricas para avaliação e treinamento cognitivo"e teve a co-autoria de Alberto Filgueiras, Raphaella Andrade, Joana Bastos Matos, Paulo Ribeiro, Adriana Lacerda e o prof. Emílio Takase. Aproveitem a leitura!






 

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Aspectos neurofisiológicos relacionados com a experiência de "Flow"

O estado de flow pode ser considerado uma experiência de completa absorção pela realidade, onde todos os objetivos são atingidos de forma plena, com equilíbrio mental e pouca ou nenhuma dificuldade. A percepção temporal é alterada e a interação com as demandas do ambiente é extremamente facilitada.  Geralmente tal experiência é inesquecível e popularmente inexplicável. A dificuldade de se conseguir adentrar nesse estado voluntariamente torna qualquer abordagem cientifica bem limitada.

Ainda assim, a prof. Debbie Crews, da Universidade do Arizona, conseguiu reproduzir em seu laboratório  uma situação na qual controlou experimentalmente níveis de pressão psicológica e assim, pode observar que alguns atletas tinham mais facilidade de entrar no "zone"e abstrair dos estímulos que foram capazes de induzir nervosismo e ansiedade nos demais participantes (Crews, 2001). Na referida pesquisa, os atletas tiveram alguns sinais psicofisiológicos monitorados (HRV, EMG, Etc.), bem como a atividade cerebral através do EEG. Seus dados revelaram diferenças neurofisiológicas entre os dois grupos grupos de atletas (figura 1). Nos resultados, dois padrões de atividade cerebral específicos foram identificados. Na condição de estresse elevado, pode-se observar uma assimetria na excitabilidade neuronal entre os atletas que conseguiram desempenhar sua tarefa com sucesso (direita), daqueles que não conseguiram focar nos aspectos relevantes da tarefa frente aos estímulos estressores (esquerda). Houve também uma predominância da atividade simpática (taquicardia, tremores e sudorese) nos atletas que se sentiram pressionados/nervosos. O experimento foi divulgado pela Discovery alguns anos atrás.



Figura 1: Diferenças nos padrões de atividade cortical identificado em atletas suscetíveis ao nervosismo (esquerda) e atletas capazes de um amior envolvimento com as demandas do esporte (direita). Imagem adaptada do trabalho de Burzig (2004).

De acordo com o estudo de Burzig (2004), a assimetria encontrada por Crews (2001) interfere diretamente no desempenho esportivo pelo fato do baixo envolvimento do hemisfério direito, que teria especialidades importantes para a prática do esporte, como a intuição, a consciência temporal; atenção espacial e a consciência corporal, entre outras (Springer e Deutsch, 1989).  

Diante desses dados e outras fontes, algumas aboradagens de treinamento cerebral, como o neurofeedback, pretendem ampliar a capacidade de controle cerebral e facilitar um atividade simétrica entre os dois hemisférios cerebrais (Evans e Abarbanel, 1999; Gruzelier e Egner, 2004).

Apesar desses achados iniciais, a temática do flow é muito complexa, sendo necessários outros estudos que possam nos oferecer bases mais consistentes sobre a neurofisiologia do Zone.

 
Referências:

A Burzik, On the neurophysiology of flow thought-provoking studies from sport and music psychology, neurofeedback and trance research, Second European Conference on Positive Psychology, Verbania Pallanza, Italy, 5-8 July 2004.
Crews, D. (2001). Putting Under Stress, in: Golf Magazine, 3, pp. 94-96.
Evans, J. & Abarbanel, A. (1999). Introduction to Quantitative EEG and Neurofeedback, London: Academic Press.
Gruzelier, J. & Egner, T. (2004). Physiological self-regulation: Biofeedback and neurofeedback, in: Aaron Williamon (Ed.), Musical Excellence. Strategies and Techniques to Enhance Performance, Oxford.
Springer, S. & Deutsch, G. (1989). Left Brain, Right Brain, New York: W.H. Freeman and Company.